18 de nov. de 2010

Griô lança projeto Afrobrasilienses com discotecagem Criolina

Lançamento do projeto Afrobrasilienses com discotecagem Criolina
No próximo 23 de novembro, às 18h, serão lançados os curta-metragens Afrobrasilienses, no Centro Comunitário da Universidade de Brasília. O lançamento acontecerá dentro da Pré-conferência do Desenvolvimento organizada pelo Ipea, e, após as exibições, a noite fica por conta dos DJs da conhecida festa Criolina, no centro comunitário da Unb.

Afrobrasilienses é um projeto audiovisual que traz 20 depoimentos de pessoas negras que vivem no Distrito Federal. A idéia surgiu com as comemorações dos cinqüenta anos da capital, quando ficou mais acentuada a reflexão: onde estão os heróis e heroínas negras da cidade? Por que não nos mostram? Quem são as pessoas negras que vivem no DFi? O que elas fazem? Como é a auto-estima delas?

Graças ao edital Ideias Criativas para o 20 de novembro, da Fundação Cultural Palmares, o projeto pôde tornar-se realidade. A proposta também lança olhar diferenciado sobre o significado de produção cultural, que passa, necessariamente, pela reprodução e fomento de valores fundamentais, formação de identidades, regate de valores e tradições específicos, além da capacidade de transversalidade, potencial agregador e gerador de sustentabilidade, auto-estima e reconhecimento.

Ficha Técnica

Direção Geral e Produção: Jaqueline Fernandes
Coordenação e Direção Técnica Câmera e Edição - Chaia Dechen
Cinegrafista: Kevin Yago
Cinegrafista: Adelson Carvalho
Projeto Capa/contracapa: Eudaldo Sobrinho (Neno)
Trilha Sonora: GOG Alisson Melo Higo Melo, Ellen Oléria, Câmbio Negro

8 de out. de 2010

Licença? Já estamos aqui há muito tempo, você não nos viu?

Existe recorrentemente uma agitação das minas e um grande silêncio da maioria dos manos quando se discute o papel da mulher na cultura hip hop. Muitos MCs ainda insistem em achar que “Amélia é que era mulher de verdade” e têm coragem para expor isso, e muito mais, em suas letras, seja de forma “romântica” ou com aquele velho (e chato) papo de colocar carimbo de vagabundas em todas que não são suas mães ou filhas (até suas companheiras geralmente levam a pior nessa). Se questionados cara-a-cara sobre seu machismo, eles afirmam: “Eu? Mas eu amo as mulheres”. Não querem aprofundar o tema e nem reconhecer esse tumor maligno que muitos têm dentro de si, a misoginia.


Quando ouço a maior parte dos irmãos do hip hop fico me perguntando se eles não têm amigas, parentes, namoradas,esposas, professoras. Porque nunca aparecemos nas citações públicas deles? Protagonizando algo ou como referência então, nem pensar! Não somos parte da história? Claro que somos, sempre fomos e fizemos acontecer, mas agora chega de bastidores. Neste instante me vem à cabeça um grosso dicionário de mulheres-referências pra mim, pro hip hop nacional. Será que vou ter que publicá-lo pra que essas mulheres sejam ao menos citadas como referência? Porque se for preciso lembrar a todo instante, estamos aqui, também, pra isso!


Existem muitos camaradas nos quatro cantos do país fortalecendo a luta antimachista, um salve pra todos eles, mas tá cheio de hipócrita reacionário com máscara de revolucionário. Mudar o mundo lhes parece fácil, mas se educar para não massacrar as mulheres e detonar com a auto-estima delas é como se fosse irrelevante. É mais fácil nos chamar de loucas, descompensadas e neuróticas vitimizadas. Não dá, não sou parceira de quem é machista nem sexista, racista então é assunto pra outros muitos textos e militâncias porque mulher preta é a base da pirâmide social, assunto que deve ser encarado urgentemente por todas e todos.


Há séculos o discurso da mulher vem sendo desqualificado dentro e fora da cultura hip hop. Mas dentro dela muito mais me espanta que os avanços sejam tão pequenos ainda. Porque os manos ainda caem nesse lugar-comum-machista, mesmo levantando bandeiras de transformação social? Isso me angustia!


Antes que argumentem, sim, existem mulheres que se colocam em posição de validar atitudes machistas, mas esse espaço não irei lhes dedicar aqui. Afinal somos também fruto de uma sociedade machista, sexisista e patriarcal que tornou praxe histórica silenciar e aniquilar a auto-estima das mulheres. Para mim essas hermanas são vítimas no pior sentido da palavra, induzidas a sermos frágeis acabamos muitas vezes sucumbindo tristemente. E pra quem acha que é conversa de feminista radical, pode até ser, mas já li tanta coisa machista que só peço ser acompanhada no raciocínio até o final. Alguém já reparou que sempre que mulher fica com raiva a culpa é da TPM? Nos arrancam a racionalidade e nos fazem só sentimento o tempo todo. Como se nosso legado para a humanidade fosse somente a maternidade e os hormônios, desdobramento da mesma coisa ao final.


Minha formação identitária se deu no movimento anarquista, também na rua, sempre estive muito perto e, de oito anos para cá, totalmente dentro do hip hop. Me assusto, ainda, e não quero perder o espanto. Porque não quero achar normal nem banalizar o machismo. Vejo a movimentação da mulherada pelo país inteiro e me movimento. As mulheres estão mexendo no cenário e reciclando o hip hop nos quatro elementos, sempre cheias de militâncias, generosidade, força e competência, sem esquecer a beleza. Não podemos, jamais, permitir que esta contribuição substancial fique só nos bastidores.


Novas formas de fazer produção, de criar redes, projetos que explodem pelo Brasil, alianças. Somos protagonistas disso. Mulheres que trocamos o pneu do carro enquanto dirigimos, porque fazemos arte, produzimos e fortalecemos a cultura hip hop enquanto lutamos incansavelmente pelo lugar de fala, por visibilidade, pelo fim da desqualificação do nosso discurso e competência.


Algumas vezes ouvi pessoas dizendo que as mulheres não devem esperar que os homens lhes abram espaço e sim tomá-lo. Estranho as pessoas não perceberem que é só isso que vimos fazendo historicamente, resistindo e arrombando portas. E o processo, sempre lento. Eu acredito seriamente na nossa força feminina de transformação e resistência e, acredito totalmente que, os homens da cultura hip hop que ainda não tentaram fazer uma revolução humana no sentido de olhar para o lado, enxergar e considerar o artigo feminino estão fracassando miseravelmente em qualquer possibilidade de se ser considerado militante de causas sociais ou do que quer que seja.


Para quem não sacou que nós existimos enquanto articuladoras, donas das falas, intelectuais, protagonistas, agentes, só posso lamentar. Porque isso se reflete em uma grande involução do hip hop nacional. Isso não é só problema das mulheres, transcende, estagna tudo.


Um grande salve para os hermanos que estão na luta lado a lado e, ainda maior, para as mulheres que resistem, criam e me inspiram diariamente. Somos muitas, somos fortes. Muita sensibilidade, resistência e força nas nossas perucas!


21 de set. de 2010

Quilombo de Solano


Evento que reúne todo o legado de Solano Trindade nas artes plásticas, música, dança, teatro e literatura.
Mescla tradicional com o contemporâneo, seguindo as próprias palavras do grande poeta negro: “Resgatar na fonte de origem e devolver ao povo em forma de arte".
Solano Trindade (24 de julho de 1908 - 19 de fevereiro de 1974), poeta, pintor, ator e folclorista, é um legítimo representante da cultura e literatura popular afro-brasileira. Criador do Teatro
Popular Brasileiro, Solano em vida escreveu 4 livros que hoje circulam por sebos e bibliotecas. É neste espírito que o Quilombo de Solano trará a poesia e a cultura afro-brasileira em 4 dias de festa como o poeta gostava de fazer na Cidade de Embu das Artes.


Dia 22 a partir das 19h
Palestra sobre Solano Trindade com Raquel Trindade
Palestra sobre Black Music com King Nino Brown
Abertura da exposição de trabalho de Grafitti dos artistas Onguer e Congz e de quadros com Raquel Trindade e Rodrigo Bueno

Show "Dos tambores aos Toca discos"
Com DJ Erry G
Exibição do filme "Solano 100 Anos"

Dia 23 às 19h
Espetáculo Solano Trindade e Suas Negras Poesias
Com Cia As Capulanas
Show dos grupos "Sanza" e "Gestos Sonoros"
Exibição do filme “Panorama- Arte na Periferia”, de Peu Pereira

Dia 24 às 19h
Lançamento Livro "Tarja Preta" de Zinho Trindade
Encontro de Saraus de Binho,Brasa, Cooperifa, Fundão, Ademar, Poesia
na Esquina, Palmarino,Coletivo Maloquerista,Mesquiteiros,Donde
Miras,Elo da Corrente.
Exibição do filme “Imagens de uma vida simples” (Solano Trindade) produzido pelo coletivo NCA.

Dia 25 às 19h
Shows de Zinho Trindade e o Legado de Solano, Preto Soul, Zafrica Brasil
Apresentação de dança do grupo "Banks Back Spin WorkShow" (Break)

20 de jun. de 2010

Agora de 12 a 15 de agosto - Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha - Latinidades 2010



Foto: Alexandra Martins

A Griô Produções, em parceria com o Fórum de Mulheres Negras do DF e com a Universidade de Brasília, realizam mais uma edição do Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha, Latinidades, de 12 a 15 de agosto no Museu da República.

O festival é oportunidade para consolidar uma data muito importante para as mulheres negras: o Dia Internacional da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha, criado em 1992.

O tema do festival em 2010 é o Censo, sob o slogan: “Não deixe sua cor passar em branco” e em cada mesa do seminário será discutida a importância da auto-declaração para a formulação de políticas públicas voltadas para as mulheres negras.

O evento é uma ação afirmativa por empoderamento e melhores condições para as mulheres negras da América Latina e Caribe e, portanto, agrega embaixadas, movimentos sociais, instituições diversas, partidos políticos, Universidade de Brasília, Entidades Governamentais, Rede Afrolatina, entre outras parceiras. Em três dias latinidades apresenta seminários, apresentações culturais e uma feira afro.

Entre as artistas cotadas para a edição 2010 estão Thalma de Freitas, Nós Negras, Batalá, Dj Donna, além de grande roda de capoeira, discotecagem e apresentação de basquete de rua, proporcionada pela CUFA-DF.

Acompanhe as novidades aqui no blog da Griô!

Programação

12 de agosto – Cerimônia de Abertura. Tema: Censo 2010 “Não deixe sua cor passar em branco”.
13 de agosto – Seminário Mulheres na Política e Saúde da População Negra
14 de agosto – Seminário Mulheres na Educação e Mulheres na Cultura
15 de agosto – Apresentações culturais e feira afro

6 de jun. de 2010

Espetáculo de dança traz os sete dias de criação do texto bíblico Gênesis




Foto: Márcio Garapa


De 23 a 25 de junho o palco do Sesc de Taguatinga terá o espetáculo No Princípio, onde cada uma e cada um dos sete dançarinos envolvidos interpretará um dos dias da criação descrita no primeiro capítulo de Gênesis.

O projeto é intrigante e reúne formação, arte, produção e um processo no mínimo interessante com dança, audiovisual e artes digitais. Durante o espetáculo cada artista criador falará, por meio de gestos e expressões cênicas, de sua trajetória e credo como artistas dedicados à sua linguagem; metáfora ao desenvolvimento de suas carreiras na dança. Será exibido, ainda, documentário de Márcio Garapa produzindo em cima do espetáculo, além de projeções dos textos bíblicos pela artista computacional Suzete Venturelli.

No espetáculo estarão presentes os artistas Ana Macara, da Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa, Soraia Silva CDPDan,, Alexandre Nas, Laura Virgínia, CDPDan, Yara De Cunto, artista convidada de Brasília, Zou Mi, CDPDan e Sabrina Cunha, CDPDan.

A participação de cada artista convidado no espetáculo e no documentário terá o valor de um depoimento pessoal enquanto produtor e perseguidor da arte da dança. No dia 24 haverá uma palestra, logo após o espetáculo, com a participação dos intérpretes criadores e, principalmente, da artista convidada, a bailarina portuguesa Ana Macara, cuja experiência na dança é vasta não só na área da produção artística, como acadêmica. Com as palestras, espetáculos e mostras do documentário serão ampliadas as reflexões sobre a dança.

No Princípio é uma produção do Coletivo de Documentação e Pesquisa em Dança Eros Volúsia CDPDan, da Universidade de Brasília, com apoio do Fundo de Apoio à Cultura. Será apresentado de 23 a 25 de junho, sempre às 20h, no Teatro Sesc Paulo Autran, em Taguatinga. A entrada é 1kg de alimento não perecível que será destinado ao projeto Sesc Mesa Brasil.

Os sete dias...

Primeiro Dia
“No princípio, criou Deus os céus e a terra.
Disse Deus: Haja Luz; e houve luz.” (Gn 1: 1,3)
“Quando danço Deus gosta de criar formas e preencher os meus espaços vazios iluminando-os de vida” Soraia Silva

Segundo Dia: “Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez.” (Gn 1:7)
“O ar é o Espírito e separa a água celestial da água terrena. A dança é a expressão corporal que veio do Espírito.” Zou Mi

Terceiro Dia:“Que as águas que estão debaixo do céu se juntem num só lugar, e apareça o chão seco.” (Gn 1:9)
“O ser humano é um espaço de possibilidades entre a vida e a morte sobre a terra. A dança é expressão do ser humano nesse espaço e além.” Sabrina Cunha

Quarto Dia:“Haja luzeiros no firmamento dos cèus.” (Gn 1:14)
“A dança é a luz como aspiração- um caminho – uma referência- conduzindo para a plenitude do ser humano.” Yara de Cunto

Quinto Dia:“Criou, pois Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. “(Gn 1:21)
“Antes um animal – sou Ser humana animal – meu corpo DANÇA e multiplica minhas criações que são pequenas criaturas reais de Deus. ” Laura Virgínia

Sexto Dia:“E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face da terra; e toda árvore, em que há fruto que dê semente, servos-á para mantimento.” (Gn 1:29)
“Da idéia a conformação, dual e complementar, que se re-cria no movimento, disseminando a inspiração primordial...” Alexandre Nas

Sétimo Dia:“Abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera.” (Gn 2:3)
“O início é o momento da geração, é o que nos empurra para o futuro, nos faz viver”. Ana Macara

Ficha Técnica No Princípio

Direção Geral: Soraia Silva
Assistente de Direção: Alexandre Nascimento
Intérpretes Criadores: Ana Macara, Alexandre Nas, Laura Virgínea, Sabrina Cunha, Soraia Silva, Yara De Cunto, Zou Mi.
Composição musical do espetáculo: Glauco Maciel
Produção do Vídeo Documentário “No Princípio”: Márcio Garapa
Assistente: Victor Nascimento
Cinegrafista: Jorge Pennington.
Animação Cenográfica (arte computacional): Suzete Venturelli
Fotografia: Ricardo Padue
Locução: Juçara Batichoti
Figurino: Flávia Amadeu
Luz: Carlos Eduardo Peukert
Divulgação: Bruno Lehx

Release dos/as artistas

Ana Macara


Doutora em dança pela Faculdade de Motricidade Humana (Lisboa/1994), mestre em dança pela University of North Carolina at Greensboro (1989). Atualmente é professora FMH (desde 1983). Trabalha como coordenadora do Mestrado em Performance Artística – Dança. Organizou em 2006 o seminário Internacional “Dança e Movimento Expressivo; em 2004 foi organizadora e moderadora da mesa redonda do “International Meeting: Dance as Cultural Object in Contemporary Society” no Fórum Municipal Romeu Correia. Almada; em 2004 foi membro da Comissão Científica do Seminário Nacional em Ciências do Desporto. Faculdade de Motricidade Humana, Lisboa Maio 2004; em 2004 recebeu o prêmio “Lawther Award for professional development” da University of North Carolina at Greensboro, USA. Entre outras publicações realizou em 2007 o livro Alma da Dança: Dilemas de Criação e Produção - 15 Anos de Quinzena de Dança de Almada. Almada: Companhia de Dança de Almada; em 1998 as Actas da Conferência Internacional Continentes em Movimento: Novas Tendências no Ensino da Dança. Lisboa: FMH Edições. Em 2004, e de novo em 2010 foi contratada pelo Ministério da Educação para elaboração dos programas de Dança para os primeiros 6 anos do Ensino Básico; dede 1992 é co-responsável pelo festival de Dança “Quinzena de Dança de Almada”; desde 1991 Coreógrafa convidada Consultora Artística da Companhia de Dança de Almada.

Alexandre Nas

Iniciou sua carreira de intérprete/pesquisador/criador, em 1990, junto a Cia Alaya Dança, participando de espetáculos como Ilusões (1992), Frevendo (1993), ...E Sonha Lobato (1996), Origem (1998), Primata Terra (2000), Máscaras (2001), Celebrare (2002), Matracar (2004). Desde então tem por objetivo a pesquisa e desenvolvimento de uma movimentação própria após estudos de coreologia (análise do movimento), coreografia e didática em dança educativa moderna no Laban Centre – London (1997/98). Através do Programa Virtuose-Bolsa Cultura, conferido pelo MinC, passou a interessar-se pelo cruzamento de linguagens de vídeo e dança e em 2000 concebe/coreografa/interpreta o solo “Memórias de uma imagem viva” que circula em São Paulo, Florianópolis, Uberlândia, Natal. Em 2003, estréia, em Brasília, o trabalho “Marte com S” em parceria com Júlio César Campos, sendo apresentado no CCBB-SP em 2006. Em 2006, estréia o espetáculo “Como você quer?” em parceria com a programadora de computadores e compositora Valéria Fajardo, convidado a integrar a programação do Festival Internacional da Nova Dança - Brasília (2006). Em 2007 Estréia o espetáculo “Água” em parceria com Lenora Lobo e com colaboração de Neuza Deconto. Atualmente integra o Programa de Pós-graduação em Artes da UnB, desenvolvendo pesquisa sobre vídeo-dança.

Laura Virgínia

Tem formação em: dança, teatro, música, artes visuais. Desde 1993, atua profissionalmente na área de dança como: bailarina, performer, coreógrafa, diretora, escritora, intérprete – de grupos e trabalhos independentes em apresentações solos ou grupos, em Brasília e no mundo. Fez especialização com professores da nova dança do Brasil e de diversos países (EUA, Holanda, Inglaterra, Espanha e França). Em 1998, iniciou a pesquisa "Ação da fala", fusão de dança e literatura que desde então resultou nos trabalhos: "Mergulho" - 1997; "A disciplina do amor" (1ª e 2ª edições 1998-2000); "Perto do coração selvagem" - 1999; "Pomba enamorada" - 1999; "A bela adormecida" - 1999; "Romeu e Julieta" - 2000; "My funny valentine" - 2004; "Pequenas criaturas" - 2005; o videodança "De água nem tão doce" e o videoarte "Segurar a mão de alguém foi tudo que eu esperei da alegria"- 2006 . Em, 2004 funda, dança e dirige o grupo Margaridas com os espetáculos "Plenas Mulheres" - 2004,"Campo de Flores" - 2005, "Tu não te Moves de Ti" - 2006 e "RAINHA" – 2007. Desde 2000, uniu-se a artista plástica Gisel Carriconde em trabalhos de intervenção urbana e na criação de vídeos artes e videodança - "Pela estrada afora eu vou bem sozinha", "Vitrais" e " A arte supranatural dos jardins". Integra, junto com o filósofo PhD Hilan Bensusan a "Flor de Insensatez”, grupo de pequena arte, com as performances: "Blitz Performance";"Rilke na Cozinha"; "Distúrbios nas Classes"; "Devotos Hereges"; "Morte da Cena"; 'Esses Homens de Cultura-showvinismo" e "Ocupa desocupado não-culpado". Em 2007 lançou seu primeiro livro de foto-escritos poéticos:"Buquê" pela editora "Esquina da Palavra" em Brasília e no Rio de Janeiro. É professora de alongamento consciente e dança contemporânea há dez anos , ministrando aulas em escolas públicas e privadas.

Sabrina Cunha

Graduação e Mestrado pela ECA/USP.Na Itália, país em que morou por 5 anos, trabalhou e aprendeu com pessoas de diferentes habilidades físicas e mentais junto à cooperativas sociais e através da Danceability; estudou Butoh com grandes mestres entre eles Yoshito Onõ e participou da Cia Jinen Group de Butoh de Atsushi Takenouchi. Fundou junto à dançarinos (norte-americano e europeu) a Escola de Dança e Movimento Spazio Nu e a Cia.Nu na cidade de Pontedera – Pisa/Itália. No ano de 2008 volta ao Brasil e foi professora no curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiânia nas disciplinas de performance e artes do corpo. Atualmente é doutranda no PPG-ARTE da UnB. A partir do aprendizado com a Danceability e Butoh, acredito na dança como um veículo de transcendência da vida cotidiana e na possibilidade do performer transparente, capaz de expressar as diferentes vidas que o ser humano carrega dentro de si: animais, água, morte, espírito, pedras, árvores e caminhos em constantes transformações.

Soraia Silva
Possui graduação em Dança pela Universidade Estadual de Campinas (1989), realizou o primeiro mestrado em dança no Brasil com apresentação de espetáculo e defesa pública no programa de mestrado em artes da Universidade Estadual de Campinas (1994); realizou o doutorado em Literatura comparada pela Universidade de Brasília (2003). Atualmente é professora da Universidade de Brasília e coordenadora do CDPDan. Entre outros trabalhos desenvolveu o espetáculo-tese Profetas em Movimento em versões solo e coletiva, Dança da Guerra do Povo Xavante (com a participação de 30 xavantes), Trilogia Poemadançando. Também tem sido colaboradora da área de dança da editora Perspectiva na coleção Stylus, é autora de Profetas em Movimento (Edusp, 2001) e Poemadançando Gilka Machado e Eros Volúsia (Edunb, 2007). Tem se preocupado com o fazer artístico da dança relacionado-a a outras linguagens artísticas e a uma reflexão estética documental.

Yara De Cunto

A experiência profissional deu-se através da dança e do teatro. Atuando como bailarina nas Cias: Ballet do IV Centenário (SP) – Museu de Arte Moderna (SP) - Ballet do Rio de Janeiro (RJ) – Cia Nina Verchinina (RJ), e no Teatro nas Cias:” Os Artistas Unidos “ com Henriette Morineau ,- Cia “Tônia - Celli - Autran” direção de Adolfo Celli, - Teatro Ipanema com Ivan de Albuquerque e Rubens Corrêa , além de incursões nas TVs: Tupi(RJ) , Record (SP.) e Rio (RJ) contracenando com atores e diretores como Fábio Sabag, Adolfo Celli, Zimbinski . Fundou o Corpo de Baile do Teatro Guaíra (PR), aonde atuou durante 6 anos, coordenando também a Escola de Dança deste teatro. Em Brasília lecionou durante 4 anos, no GEDUnB ( Grupo Experimental de Dança da UnB) criando neste Núcleo, sob sua direção o Grupo de dança “Asas e Eixos”, reconhecido como uma das primeiras Cias de dança contemporânea de Brasília.Representou o Brasil e Brasília, como palestrante, em Festivais de dança em Caracas, Assunção, Aruba, Bento Gonçalves e Goiânia e como coreógrafa no Grupo Ginasiano do Porto em Portugal, foi também convidada e participou do programa da USAID- Internacional Visitor Program, em Whashington, Ney York e São Francisco.Membro da Diretoria do Fórum Nacional de Dança ano 2005/2006.Organizou a pesquisa e publicação do livro “ A História Que Se Dança”- sobre os 46 anos de Dança de Brasília. Agraciada com a Ordem do Mérito Cultural em 2001.

Zou Mi

Possui graduação em Arte pela Escola de Artes da Universidade de Henan/ China (2006). Tem formação em canto, dança e música tradicional chinesa. Atualmente é pesquisadora do CDPDan, tem participado nas produções do coletivo como Dança da vida: Frenix Fremix IluminAções (2007), Dança UnB: Ver, Pensar, Mover (2008), Mexido de Dança (2009). Atualmente está realizando o mestrado no programa de pós-graduação em arte da UnB com pesquisa sobre a respiração na dança.
CDPDan – Coletivo de Documentação de Documentação e Pesquisa em Dança Eros Volúsia– CEN/IdA/UnB (ver: http://e-groups.unb.br/cdpdan/)

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Griô Produções

25 de mai. de 2010

Ministério da Cultura e Instituto Empreender promovem no DF oficinas de capacitação para o edital Cultura Hip Hop

A Secretaria de Diversidade e Identidade do Ministério da Cultura lançou o Premio Cultura Hip Hop, edição preto Ghoez. Serão cento e trinta e cinco prêmios no valor de R$ 13 mil, em todo o país, e as inscrições ficarão abertas até o dia 12 de julho.

Para que você possa concorrer a um desses prêmios com mais tranqüilidade o Ministério da Cultura e o Instituto Empreender ministrarão oficinas de capacitação em algumas das Regiões Administrativas do DF. Começando pela Ceilândia, dia 29, às 17h, na ONG Meninos da Ceilândia. Dia 01 de junho é a vez do Varjão. Depois virão Samambaia, Paranoá, Riacho Fundo, São Sebastião e Sobradinho II. Se você quer a oficina em sua cidade, junte um grupo e entre em contato com o Instituto Empreender. É o primeiro de muitos editais que poderão vir para a cultura hip hop do Brasil. Participe da oficina e fique mais perto de um dos prêmios!

Contatos oficinas:

e-mail: premioculturahiphop2010@institutoempreender.org.br
telefones: 61- 3225 2780/61-8571 4531

Participe das oficinas

Ceilândia


Data: 29 de maio
Horário: 17h
Local: Ponto de Cultura Meninos da Ceilândia – QNM 03 Conjunto M Cs 28 Ceilândia Sul, próximo à Administração Regional Varjão

Data: 01/06
Horário: 19h
Local: Creche Comunitária do Varjão Quadra 01 Conj D lote 05 Av. Central

Samambaia

Data: 04/06


Paranoá

Data: 05/06


Riacho Fundo

Data: 06/06


São Sebastião

Data: 11/06


Sobradinho II

Data: 13/06


Para saber mais sobre o prêmio acesse: www.premiohiphop.org.br

16 de abr. de 2010

Assistam a animação de João Angelini para o Brasília Outros 50!

15 de abr. de 2010

Brasília Outros 50, vem pra cá construir com a gente!

6 de abr. de 2010

Clique e confira a programação do Palco Hip Hop - Brasília Outros 50!


5 de abr. de 2010

Hip Hop no Brasília Outros 50 anos, tá ligado?




Cinquenta atrações passarão pelo palco Hip Hop nos dias 21 e 22 de abril, sem a velha história do palco principal

Fonte: Marcos Linhares Comunicação

"Pela primeira vez este movimento, que representa a maior parte das vozes jovens das periferias, terá vez nas comemorações do aniversário de Brasília como protagonista, com espaço e dignidade"

O Hip Hop de Brasília está em festa e na festa Brasília Outros 50 anos. O evento será realizado de 20 a 25 de abril, no Complexo Cultural da Funarte, com censura livre e acesso gratuito. A produção executiva geral e a coordenação de Hip Hop do evento ficou a cargo de Jaqueline Fernandes da Griô Produções. Em entrevista, Jaqueline nos fala sobre os preparativos e expectativas para o evento.


Quais são suas expectativas com o evento?

Jaque - A expectativa é realizar uma grande festa colorida, com muita diversidade, buscando representar grande parte a riqueza cultural que o Distrito Federal tem. Agregar todo mundo é impossível, diante de todo cardápio que temos mas, certamente, nunca se viu tantos artistas e linguagens reunidos em uma só festa. A falta de política cultural nos últimos anos inviabilizou a vida de muitos artistas da cidade, sobretudo os das periferias. A intenção é dizer: estamos aqui, continuamos muito vivos e vivas e nos empoderamos juntas e juntos para fazer a nossa própria celebração junto da sociedade e dos movimentos sociais como um todo. Brasília outros 50!

Qual a importância para os artistas locais e para a cidade de uma comemoração com essa proporção?

Jaque - Estamos falando de um momento histórico, um divisor de águas na história cultural e política da capital. O movimento cultural se aproxima dos movimentos sociais e protagonizamos juntos uma festa de proporção nunca vista antes por aqui. Reunir em 50 horas de programação simultânea cinema, teatro, circo, música, literatura, artes visuais, artes digitais, enfim, diversas manifestações, colocando no centro o artista local de diversas cidades do DF, não somente nas apresentações mas na concepção do evento. A partir de abril de 2010, as festas de aniversário de nossa Brasília nunca mais serão as mesmas. Vamos provar que nossos artistas têm qualidade e público, fato há muito ignorado pelas comemorações oficiais, e que podemos, juntos, pelo simples fato de desejarmos Brasília Outros 50, fazer uma festa maior que a convencional, com mais artistas e com muito menos custo. Para a cultura hip hop, a festa tem uma importância impagável, por exemplo. Pela primerira vez este movimento, que representa a maior parte das vozes jovens das periferias, terá vez nas comemorações do aniversário de Brasília como protagonista, com espaço e dignidade. Cinquenta atrações passarão pelo palco hip hop nos dias 21 e 22 de abril. Esse palco tem a mesma estrutura e condições técnica que os demais, sem a velha história do palco principal.

O que as pessoas que participarem da festa vão ver?

Jaque - Vão ter acesso a muita diversidade, peças de teatro que a periferia dificilmente teria acesso, filmes de diretores locais, muita música para todos os gostos, nossos artistas circenses, nosso infinito universo criativo. As pessoas vão poder no Brasília Outros 50 ter orgulho de viver em Brasília, fundamental em períodos de conjuntura política difícil como o que vimos passando nos últimos meses. E se não pudemos ainda fazer uma festa em cada Região Administrativa neste ano, vamos mandar transporte para que todas as Regiões possam participar.

Nomes que vão se apresentar lá?

Jaque - No Palco Hip Hop: Flora Matos, GOG, Jamaika e Rei (há muito não subiam ao palco juntos), Rapadura (mc, filho de repentista, grande promessa do rap nacional), Vera Verônika (mc e pedagoga que trabalha nas escolas com a linguagem hip hop), principais grupos de Break como BSB-girls, Black Spin e DF Zulu Breakers, grandes painéis de grafite coordenados pelo grafiteiro Satão, da DF Zulu, Código Penal, Vadios Lokos, Voz sem Medo, Provérbio X, Atitude Feminina, Dj Raffa (considerado o produtor musical, de rap, mais importante do Brasil), Dj TDZ, criador da lendária série de vinis Arsenal Sônico e muito mais.

Um dos momentos muito esperados é a oficina de capacitação para o Prêmio Cultura Hip Hop. O Ministério da Cultura lançou o edital Prêmio Cultura Hip Hop, Edição Preto Ghoez, que premiará 135 iniciativas no país todo. A oficina será ministrada pelo Instituto Empreender com a presença do Secretário, Américo Córdula, do Minc.

24 de mar. de 2010

Poeta do Rap Nacional defende Dilma para presidência. Mulheres no poder!

15 de mar. de 2010

Fórum de Biodiversidade das Américas apresenta o show Fraternidade ao Haiti




O Jardim Botânico de Brasília está reunindo um grupo de artistas nacionais e locais, que participarão de uma Campanha de solidariedade ao Haiti, com realização de um Show na noite do dia 17 de março, na Sala Villa-Lobos, Teatro Nacional, Brasília. A produção do evento conta ainda com o toque especial da Griô Produções, há muito inserida nas discussões de gênero e raça dentro e fora da capital, e que viu uma oportunidade de mais uma produção social, para discutir a identidade do povo negro brasileiro e haitiano, o que nos aproxima enquanto cultura, identidade, ancestralidade.


A partir das 19h, exposições e apresentações musicais com Hamilton de Holanda, Yamandu Costa, Diogo Nogueira, GOG, Ellen Oléria e Móveis Coloniais de Acaju tomam conta do teatro. O próprio Hamilton de Holanda fez o convite aos demais artistas para que se solidarizassem à causa.


Toda a renda arrecadada no evento será depositada diretamente na conta nº da CAIXA, destinada às contribuições àquele país, gerenciadas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, das Organização das Nações Unidas. Os ingressos terão o custo de R$ 30,00 ( trinta reais).


O Show também fará homenagem à Dra. Zilda Arns, médica e fundadora da Pastoral da Criança, vítima do terremoto no Haiti. O Jardim Botânico de Brasília e demais entidades vinculadas ao movimento de ajuda consideram a atuação de Zilda Arns um modelo a ser seguido por todas as áreas.


A campanha integra o Fórum Latino de Biodiversidade, cuja realização acontecerá em julho deste, que é o Ano da Biodiversidade. O Fórum acaba de lançar a campanha ‘’O que você faz pelo planeta?’’, que envolve instituições como o Ministério do Meio Ambiente, CEF, IBAMA, Ministério das Relações Exteriores e representantes da Bancada Ambientalista do Congresso Nacional, além do Parlamento do MERCOSUL. Durante a reunião prévia, as instituições irão apresentar projetos de fácil implantação, visando publicar uma cartilha de soluções para os problemas ambientais da atualidade.


Uma das linhas de atuação do Fórum é a ajuda prioritária a países com graves seqüelas ambientais e o Haiti já estava incluído na lista de apoio, por registrar uma perda da camada vegetal original em mais de 90 do seu território. Quando ocorreu o primeiro terremoto, que atingiu milhares de pessoas, deixando incontáveis mortos e desabrigados, o grupo optou pelo apoio emergencial ao país.


O mês de março também marca os 25 anos do Jardim Botânico de Brasília e a luta pela preservação da biodiversidade por meio de pesquisas, educação ambiental e movimentos de conscientização.

Para saber mais sobre o Fórum de Diversidade das Américas acesse: fraternidadeaohaiti.org.br

15 de fev. de 2010

ASSTTRA-MP e ASMPF preparam II Seminário Lei Maria da Penha: avaliação e perspectivas


Nos dias 02 e 03 de março a Associação dos Servidores Técnicos em Transporte e Segurança do Ministério Público da União, ASSTTRA e Associação dos Servidores do Ministério Público Federal, ASMPF, realizarão a segunda edição do Seminário Lei Maria da Penha: avaliação e perspectivas. O evento acontecerá no Auditório JK, na Procuradoria Geral da República e propõe-se a discutir violência contra mulheres e algumas especificidades, como a questão da mulher negra, mídia, direitos humanos e questão agrária no Brasil, sob a perspectiva de autoridades do governo e representantes de movimentos sociais. O principal objetivo é enfatizar a importância da criação da lei e traçar metas para alcançar o direito a uma vida livre da violência.

Entre as palestrantes estarão Aparecida Gonçalves, Subsecretária de Monitoramento e Ações Temáticas da Secretaria de Política para as Mulheres , Gilda Pereira de Carvalho, Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Laís Cerqueira, Promotora de Justiça do Núcleo Pró-Gênero/MPDFT, Tatiana Nascimento, da diretoria colegiada do Fórum de Mulheres Negras do DF, e Sandra Gomes de Melo, Delegada Titular da DEAM. O encerramento ficará por conta da cantora e compositora brasiliense Ellen Oléria, uma das principais promessas da música brasiliense contemporânea.

A Lei Maria da Penha foi sancionada em 2006 e cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Foi criada a partir da tragédia pessoal da senhora Maria da Penha, vítima de agressões que deixaram marcas profundas em sua alma e corpo e que a fez empenhar-se em uma verdadeira batalha para fazer justiça contra seu agressor.


As inscrições para participar do seminário poderão ser feitas no site www.esmpu.gov.br.

A primeira edição do seminário foi em 2009. Nos moldes do primeiro seminário, realizado em 9 de março de 2009, o evento é uma parceria com diversas entidades, entre elas a PFDC, DEAM/DF, MPDFT, CFEMEA, Fasubra, Sinait, Asmip, Andes, Fórum de Mulheres Negras do DF.

Para mais informações acesse: seminariomariadapenha.blogspot.com


SERVIÇO:
2° Seminário Lei Maria da Penha: avaliação e perspectivas.

Local:
Auditório JK - Procuradoria Geral da República - PGR
SAF Sul - Quadra 4 - Conjunto C - Lote 3 - Zona Civico Administrativa – Brasília/DF

Data:
Dias 2 e 3 de março, das 14 às 19h

Contatos:
Laércio Bernardes – Coordenador ASSTTRA-MP – 9998-0438 / 9298-7948
Paulo César – Secretário ASSTTRA-MP – 61-3322-054

Programação:


2 de março de 2010

14h - Abertura solene

Roberto Monteiro Gurgel – Procurador-geral da República
Aparecida Gonçalves - Subsecretária de Monitoramento e Ações Temáticas da Secretaria de Política para as Mulheres
Representantes das entidades realizadoras

14h30 - Painel 1 (Lei Maria da Penha: Avaliação e perspectivas)

Gilda Pereira de Carvalho – PFDC - Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão - Ministério Público Federal
Sandra Gomes de Melo – Delegada Titular da DEAM - Delegacia Especial de Atendimento à Mulher
Marlene Libardoni - Diretoria Executiva da AGENDE - Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento (a confirmar)

16h - Painel 2 - A mulher e a mídia

Cláudia Santiago – Coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação/RJ
Mel Bleil Gallo – Estudante de Jornalismo / UnB
Ana Lúcia Amaral - Procuradora Regional da República na 3ª Região (SP)

17h30 - Painel 3 - A mulher e os direitos humanos

Érika Kokay – Deputada Distratal Vice-Presidente da Comissão de Direitos Humanos/CLDF
Jane Nascimento - Líder comunitária - Vila Autódromo - Rio de Janeiro
Maria Lúcia Fatorelli – Auditoria Cidadã da Dívida Pública
Janice Ascari - Procuradora Regional da República na 3ª Região (SP)

19h - Atividade cultural - Emília Monteiro

3 de março de 2010

13h30 - Exibição de curta metragem
Acorda Raimundo... Acorda - 20' - Direção: João Alfredo - Ibase

14h – Homenagem à Zilda Arns
Com a presença do senador da República Flávio Arns

14h30 - Painel 4 – Importância da educação para o fim da violência

Denise Botelho - Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB)
Solange Bretas – Secrataria Geral do Andes
Taís Schilling Ferraz – Conselheira do CNMP
Laís Cerqueira - Núcleo de Gênero Pró-Mulher do MPDFT

16h – Painel 5 - A mulher e as questões trabalhistas e agrárias no Brasil

Marina dos Santos - Coordenadora do MST
Rosângela Rassy – Presidente do Sinait
Sandra Cureau – Vice-procuradora-geral Eleitoral

17h30 – Painel 6 - A mulher negra e indígena no Brasil

Tatiana Nascimento – Fórum de Mulheres Negras do DF
Léia de Sousa Oliveira - Coordenadora-geral da Fasubra
Debora Duprat - Vice-procuradora-geral da República e coordenadora da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF (Índios e Minorias)

19h - Atividade cultural - Ellen Oléria

11 de fev. de 2010

Periferia pede passagem




Fonte: Jornal Radcal

Com poesia e palavras certeiras na cabeça, o rapper GOG solta o verbo para o Radcal.
Prestigie posições periféricas, pancadas poéticas, papo parabólico para povo pedindo passagem pelo pensamento precurssor. Proponho: passeie pela proposta preciosa: G-O-G! Prepadad@?

GOG é mc, poeta, correria, empresário, super politizado, incansável nas causas sociais. Cheio de projetos e planos, GOG trocou uma idéia especial com a gente aqui do Jornal Radcal. É ritmo e poesia na veia, se liga aí!

O que veio antes para o GOG? O rap ou a poesia?

A poesia. Ainda criança meus pais me apresentaram Cecília Meireles. Acho que esse contato foi o início da poesia. Meu despertar aconteceu nas primeiras letras, as pessoas ficavam impressionadas e na seqüência perguntavam: “quem escreveu isso?”.


Ter mãe professora influenciou no seu caminho ? Como foi a relação com a escola e com seus pais?

Minha mãe sempre foi muito rígida com o nosso estudo. Eu sempre tive facilidade no aprendizado, assimilava tudo rapidamente e era aluno destaque. Sempre fui aluno da escola pública. Nos anos de 1960, 1970 e início dos 1980, a qualidade do ensino era bem melhor por vários motivos, desde os salários dos professores, até o respeito e credibilidade que os mesmos contavam junto à sociedade. Creio que seja essencial resgatar esse espírito. O desafio é despertar em todos a importância da educação na formação social do ser humano.

O que o rap significa na vida do poeta?

O rap me resgatou de uma fábrica em série. Principalmente estando em Brasília: “Estude, forme-se, gradue-se, seja funcionário público ou abra um escritório”. Não que isso seja errado, mas percebo que contribuo muito mais promovendo "Convulsão Social", "Abalos sísmicos" em corações e mentes.

É isso que te inspira?

Sim. O mundo, o bem estar das pessoas, a superação dos desafios e a felicidade de poder cooperar positivamente para uma melhoria comum. Me sinto um instrumento dessa estratégia.

O que significa para você o título de poeta?

É uma grande responsabilidade, mas procuro encarar como um carinho, uma forma das pessoas me agradarem e demonstrarem respeito.

Você acha que o fato de ser considerado por todos como poeta, dentro e fora do rap, trouxe mais auto-estima para os jovens das Periferias?

Sim. Brasil com "P" é prova disso. Todo Periférico tem orgulho de dizer que alguém, igual a ele, que sempre estudou na Escola Pública, que vem de ascensão nordestina e é fruto da Afro-Diáspora, foi capaz de construir uma poesia só com a letra "p". Isso eleva a auto-estima e cria um pressuposto.


Você vai lançar um livro esse ano. Conta essa ótima novidade aí. Quando sai? Como nasceu a idéia? Já tem editora? Tá todo mundo cheio de curiosidade!

Pois é. Um livro em que falo de que forma concebi cada um dos meus discos. A necessidade surgiu quando percebi a grande quantidade de pessoas interessadas em ter acesso aos meus escritos. Foi muito bom relembrar, perceber o caminho trilhado. Na elaboração, contei com o apoio essencial e decisivo de Nelson Maca, professor de literatura da Universidade Católica de Salvador e membro fundador do Coletivo Blackitude-BA. O título do livro é A Rima denuncia e deve sair esse ano, pela Global Editora.

Qual o papel do rap enquanto lugar de fala da periferia? Os Racionais falam: "entrei pelo seu rádio tomei, cê nem viu". Como você vê essa responsa do rapper diante dos jovens das periferias?

Com o rap a periferia jamais será a mesma. Ele é o jornal do cotidiano e tem a linguagem do ouvinte. Só que não podemos cair na armadilha imediatista de reduzir suas matérias e temas a sangue e relatos descabidos, sem coerência. Muitos, ao longo dos anos perceberam isso, outros continuam trabalhando do jeito que o sistema quer. Informação, responsabilidade, amor, trabalho. Seguindo essas relações o hip hop é insuperável na sua didática.

Para onde caminhou o rap até agora? Onde ele vai parar?
Para ser a música do planeta, isso é inevitável. O desafio é manter-se na trincheira e ter a lembrança histórica de que a proposta maior é não repetir os erros e a ignorância do opressor.


A violência e a expansão das drogas parecem uma epidemia, principalmente nas áreas mais pobres. Ainda é possível brecar este processo? Como?

A única maneira de brecar o processo é uma grande reflexão sobre o papel do povo da periferia na manutenção dessa engrenagem. Quem vende , lucra, mas até que ponto? Quem consome, financia algo. O que, ou quem será? Não dá pra ficar reclamando da situação, sendo um financiador dela. Eu cito minha caminhada: não bebo, não fumo, nunca coloquei um cigarro de maconha na boca, muito menos química, e, mesmo assim, consegui meu destaque. Precisamos de exemplos de vitória, e que não sejam exceção, e sim regra.

Como você acha que deveria ser a escola para responder às necessidades e expectativas dos jovens da atualidade?

O primeiro ato seria a derrubada dos muros, pra que qualquer um pudesse entrar, sentar e assistir uma bela aula, ampliando seu conhecimento. Ou seja: escola para quem precisa, escola para quem precisa de escola. Não entendo, até hoje, porque um morador não pode pedir licença e assistir uma aula na qual tenha interesse. É a burocracia do sistema e aceitação das pessoas que tornam essa relação acabada, imutável. A escola particular surge como uma opção à pública, quando deveria ser um complemento. É um salve-se-quem-puder lamentável. O conteúdo didático deve ser complementado dia a dia com parte da vida do estudante, caso contrário não será atraente. É nesse ponto que as políticas públicas de ensino têm falhado, apesar de muitas vezes serem bem intencionadas.

Poeta, dá uma letra aí na galera Radcal.

A família tem total importância na nossa formação, parece óbvio, mas é bom reforçar. Leiam, criem uma estrutura, se superem todo dia e tomem cuidado com as armadilhas. Até a vitória!


Dicas de livro do GOG

Colecionador de Pedras - Sérgio Vaz
Capão Pecado - Ferréz
A Arte da Guerra - Sun Tzu
Gosto de África - Joel Rufino do Santos
Suburbano Convicto - Alessandro Buzo

Dicas de filmes

Zumbi Somos Nós - documentário dirigido pela Frente 3 de fevereiro em 2008, que discute o racismo na sociedade brasileira.

Além do Cidadão Kane – documentário de Simon Hartog produzido em 1993 pelo canal 4 da BBC, que discute o poder da rede Globo.


Cartão Postal Bomba

O DVD Cartão Postal Bomba já está nas lojas. GOG traz nova proposta de gravação, captação de som, apresentação e distribuição e uma lista extensa de participações especiais que envolvem nomes como Maria Rita, Lenine, Gerson King Combo, Paulo Diniz, Nego Dé, Ellen Oléria, Indiana Nomma, Rapadura, Mascoty, entre outros.
A banda é aquela que sempre acompanha o poeta: Angel Duarte (baixo e voz), Kiko Santana (violão e voz), Richelmy (percussão), Ted (teclados), Ariel Feitosa (guitarra e produção musical), Júnior (bateria) e Dj A nas pick ups.
Para adquirir acesse: www.gograpnacional.com.br . No site tem toda a agenda de shows do GOG e todas as novidades para 2009.

10 de fev. de 2010

Grupo de dança começa primavera em fevereiro

Foto de Cícero Bezerra

O grupo brasiliense Margaridas abre 2010 com força máxima. Além de presentear a capital, mais uma vez, com o espetáculo “Perto do Coração Selvagem”, traz aos palcos duas iniciativas imperdíveis, por meio do projeto Margaridas Convida.

Margaridas convidou para o mesmo palco artistas com pesquisas em diferentes linguagens da dança. “Memórias de uma viva”, de Alexandre Nas, “Boa noite”, de Soraia Silva, e “Perto do Coração Selvagem”, do próprio grupo. Serão três espetáculos com dois finais de semana em cartaz no Sesc Garagem, Sesc Ceilândia e Sesi de Taguatinga. Melhor, dois deles com entrada franca.

“Memórias de uma imagem viva” é um experimento do cruzamento entre as linguagens de dança e vídeo. Surgiu a partir de laboratórios de pesquisa e improvisação acerca do tema origem, um dos pontos de investigação do “Teatro do Movimento”, método desenvolvido por Lenora Lobo em colaboração com os intérpretes-criadores da Cia Alaya Dança – Brasília – DF.

“Boa noite”, de Soraia Silva, é um experimento de “dansintermediações” que busca o encontro da dança, música, poesia e animação cenográfica na celebração das diferentes linguagens, tendo como foco central a construção expressiva da cena, a partir do poema “Boa Noite”, de Castro Alves.

“Perto do Coração Selvagem” é baseado em um trecho do romance homônimo de Clarice Lispector, que inspira uma epifania da força feminina em nós, seres humanos. Aborda o feminino como expressão na arte e na vida, acoplando, também, a fala de Virginia Woolf em "Um teto Todo Seu" e Simone de Beauvoir em “Segundo Sexo". Revela com feminilidade o ser assertivo, posicionado e questionador.

Também do grupo Margaridas, o espetáculo “Rainha” percorrerá, de 25 a 28 de fevereiro, cinco capitais brasileiras: Palmas, Goiânia, Campo Grande, João Pessoa e Recife. Em sua quarta montagem, a inspiração para “Rainha” vem de poemas de escritoras brasileiras e estrangeiras sobre a condição da mulher negra na atualidade. São diferentes olhares dessa realidade, tanto questões políticas e sociais, como também o lirismo encontrado em sua escrita.

"Após ler ‘O olho mais azul’ da estadunidense Toni Morrison (Prêmio Nobel de Literatura) fui picada pela curiosidade em saber sobre a identidade negra. Ao investigar junto com Cleani, descobrimos um campo vasto de criatividade e dor. Fizemos um recorte no qual se focalizaria os aspectos da mulher contemporânea negra”, explica a diretora do espetáculo, Laura Virgínia. O artista Édi Oliveira foi convidado para criar as coreografias da nova montagem, em conjunto com as intérpretes. "Preconceito, dignidade, orgulho, consciência, altivez, baixa-estima, medo, luta. Substantivos tão diversos e contrastantes, que me ajudaram a construir uma leitura sobre a realidade heterogênea da mulher negra no Brasil atual”, revela o coreógrafo.

Para elaboração do espetáculo, o elenco fez uma pesquisa literária durante seis meses e optou por usar poemas como base da criação. Os poemas foram usados tanto como inspiração para expressar o imaginário feminino negro, como também para compor a própria dança. A marginalização social, o preconceito racial, a sensualidade estereotipada, a ancestralidade negra, são algumas das questões observadas no discurso das escritoras. “RAINHA” transporta esse universo para o palco, com uma estrutura coreográfica que reflete um mosaico de palavras e movimento.

Dentre os textos selecionados para compor o espetáculo e inspirar suas cenas encontramos material das escritoras brasileiras: Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo (Minas Gerais); Cristiane Sobral e Tatiana (Brasília); Elisa Lucinda (Espírito Santo); e Andréia Lisboa e Negra Li (São Paulo). Os poemas das artistas norte-americanas são de Toni Morrison (Ohio); Alice Walker (Geórgia); Audre Lord (New York) e Maya Angelou (Missouri). A trilha sonora reforça esse universo feminino negro utilizando as canções ‘Four women’ e ‘Images’ de Nina Simone; ‘Tarata’ interpretada por Clementina de Jesus; e ‘Ilu ayê’ na voz de Clara Nunes.

Margaridas convida tem patrocínio do Fundo da Arte e da Cultura – FAC e Margaridas Dança foi contemplado com o Prêmio Klauss Vianna da FUNARTE, com o espetáculo “Rainha”.


Arte Alexandre Nas



Ficha Técnica
Alexandre Nas – “Memórias de uma imagem viva”Concepção, assistência de direção, coreografia e interpretação:
Alexandre Nas
Direção geral: Lenora Lobo
Direção de Imagem: Alexandre Nas e Luciane Franco
Iluminação: Adriana Ortiz
Trilha Sonora: Bach e Henry Torgue
Figurino: Alexandre Nas


Foto:Ricardo Padue



Soraia Silva – “Boa Noite”Composição e Performance Musical: Eduardo Lopes
Performance Coreográfica e direção geral: Soraia Silva
Assistente de direção: Laura Virginia
Animação Cenográfica: Suzete Venturelli, Mário Maciel e Ronaldo Ribeiro da Silva
Luz:
Caco Tomazzoli
Som: Glauco Maciel
Figurino: Soraia Silva e Flávia Amadeu






Foto: Lana Guimarães

Margaridas Dança – “Perto do Coração Selvagem”
Direção e Coreografia: Laura Virgínia
Dançarinas: Cleani Marques e Laura Virgínia
Figurino: Andreia Patzsch
Iluminação: Marcelo Augusto
Voz em off: Juliana Zancanaro e Laura Virgínia
Trilha Original Composição e Execução: Marcus Lemos e Paulo Virgílio;
“Suoni per sei violinisti” de Barbara Kaszuba



SERVIÇO
Margaridas Convida:
18 de fevereiro, quinta, 21h
Teatro Newton Rossi, SESC Ceilândia, QNN 27, lote B, Ceilândia Norte
entrada gratuita
19 de fevereiro, sexta, 21h
Teatro Yara Amaral, Centro Cultural SESI, QNF 24 Área Especial - Taguatinga Norte – entrada gratuita
20 e 21, sábado, 21h e domingo 20h
Teatro SESC Garagem, W4, quadra 713/913, lote F
Inteira: R$ 16,00

9 de fev. de 2010

Negritude e Cultura do Espetáculo


Texto de Nelson Maca, publicado no www.gramaticadaira.blogspot.com e dedicado à Griô


Minha vida concreta não tem dado grandes espaços às minhas virtualidades! Mas tô aqui, tá ligado? Um olho no passo, o outro na pausa; e os dois pés no chão da Bahia Preta, minha mãe gentil! Tô tentando refletir um pouco sobre os caminhos que tenho percorrido com meu parceiros "artivistas".

A cultura-espetáculo tem me cansado um pouco quando essencializada.

Em novembro último estive em Brasília. Eu e meu amigo GOG participamos de uma mesa redonda, debatendo "políticas culturais". Tive o prazer de conhecer uma menina muito massa: Jaqueline, chamada pelos seus de Jaque. Ela é da Griô Produções. Na apresentação que fiz por lá, procurei pensar a cultura de uma maneira mais política.

Parte das reflexões que fiz lá resolvi publicar aqui. Como disse, a cultura-espetáculo tem me stressado um pouco: é muito artista, muita arte e pouca rebeldia, pouca transformação!

Quero dedicar o texto abaixo a Jaqueline da Griô e a todos que não separam a arte do ativismo nem o ativismo da arte, mesmo que isso lhes impessa o sucesso midiático e interdite o ouro de tolo!


Negritude e Cultura do Espetáculo

(Nelson Maca – Novembro, 2009)


Estarmos, ainda hoje, falando em cultura negra e afins significa, antes de tudo, que, mesmo com quinhentos anos de colonização, escravismo, neo-colonização e neo-escravismo, eles não conseguem nos isolar.

Somos um povo forte, difícil de matar, como diz o Irmão KL Jay do Racionais MCs.

Ou então, como diz o meu Irmão GOG, “quanto mais de nós matam, mas nossa raça procria. E todo esse mal a gente assimila, transforma em poesia”.

O meu texto reveste as reflexões de um maloqueiro problemático que nasceu para ser dissidente, que cresceu para desafinar o coro dos contentes, e que vive não na margem, mas no centro do problema sócio-racial brasileiro. E é localizado neste contexto que vocês devem considerar tudo que escreverei aqui.

Não vim para agradar, pois, Exu que sou, vim dinamizar o conflito, não acomodá-lo.

Então, espero que todos entendam logo que o fato de trazer alguns problemas não quer dizer que eu tenha as respectivas soluções. Ser um problema já dá trabalho demais para mim. Mas sei que esse é o meu papel.

O meu Mestre Carlos Moore já me explicou qual é o meu lugar e o meu papel: o papel do artista e do intelectual é ser o guardião de sua comunidade. Enquanto outros vivem o cotidiano, nós sondamos, incessantemente, nossas contradições, para desmascará-las e chamarmos os irmãos ao seu combate.

O nosso lugar é o da liberdade. Isso determina tanto nossa reunião, voluntária ou não, quanto nossa dispersão, involuntária ou não.

Com isso, já adianto minha primeira “questão”: nenhum governo nem ninguém tem o direito de limitar o artista nem o pensador, transformando seus corpos e biografias em aparelhos de estado, ou sua produção estética e simbólica em pretexto para veiculação de ideologias oficiais.
.
Aqui entramos, literalmente, na traiçoeira e escorregadia discussão das “políticas culturais”.

Quando se trata de política para a cultura, o que tenho assistido, desde minha iniciação orgânica em trabalhos e produções culturais, é uma sistemática confusão entre cultura - livre e sem adjetivos - e ações e ideologias governamentais.

A cultura do estado muda conforme muda a política partidária da vez. Do apadrinhamento da indicação à proliferação dos editais públicos, muitos são os mecanismos de dissimulação do mesmo, ou seja, uma política cultural que atende apenas às demandas de segmentos específicos da população, com o respectivo apagamento das oposições várias que contradizem os modelos convencionais.

Cultura em liberdade supõe uma comunidade livre e pensante de si mesma. Um regime democrático só o é quando potencializa as diversidades dos grupos sociais que o compõem. Mas o que temos percebido, presenciado e projetado historicamente é o contrário: o apagamento das divergências!

Sempre que discutimos abertamente Políticas Culturais, invariavelmente, discutimos a Arte e seu Financiamento. Pouca gente que faz Arte - que eu conheça - se interessa em ampliar o debate para além desse redutor binômio material.

Sempre é a mesma questão: para onde devemos encaminhar os incentivos e recursos gerados ou intermediados pelo poder público?

E a coisa se torna tão calorosa que, invariavelmente, também no círculo dos gestores, mistura-se o público e o privado, gerando, inclusive, algumas polêmicas - logo abafadas! Muitas vezes projetos comerciais, economicamente viáveis e historicamente auto-sustentáveis, recorrem e são acolhidos nos programas governamentais.

Logicamente, o que mais se observa é o público potencializando o privado; nunca o inverso.

Chego, então, a minha segunda “questão”: a cultura é comumente compreendida e confundida com o espetáculo - inclusive quando parâmetro para avaliações institucionais.

O estado passa a ser o grande mecenas de artistas nacionais. Acho que seria redundante discutir aqui quem são esses artistas, o que faz com que eles mereçam tal mecenato e que contribuição sua arte dá para a formação de comunidade cidadã. Sabemos que esta arte agraciada tem idade, sexo, classe social, cor e raça, seguindo, estritamente, os paradigmas históricos em construção alinhada e sem ruptura ideológica e étnica desde o “achamento” do Brasil.

As ações culturais que fogem a essas determinações, se encaixam nas “demandas especiais” (dia disso... semana daquilo... mês daquilo outro...). Nunca são compreendidas como cotidianas e contínuas, ou seja, culturalmente dinâmicas.

Decorre que, enquanto espetáculo, a cultura é compreendida como obra de arte ou evento, sendo ajuizada e avaliada pelo seu produto final e pelo sucesso de sua inserção no mercado. A arte que não gera recurso direto ou que não se espande no seio de comunidade pode igualmente ser bem avalidada desde que represente o supra-sumo da cultura (oficial), com seu valor simbólico localizado. Admite-se também a arte chamada, de fora pra dentro, de popular ou então os produtos da “indústria cultural”.

Mesmo admitindo essa lógica, o problema é: como ficam os comportamentos e expressões que não se pautam ou não atingem o status de alta cultura, produto de indústria cultural, folclore “positivo” ou “contribuição” à cultura nacional?

Eu tenho encontrado este problema em minhas produções culturais quando não se pretende, necessariamente, o espetáculo ou a fruição da “peça de arte” em si. Do ponto de vista mais amplo e crítico da discussão, ou seja, construção e preservação da cidadania, em minha concepção de intervenção no processo cultural, tenho, na maior parte de minhas ações hoje, me pautado no processo e não no resultado do evento ou do produto.

O paradigma que me orienta enquanto "ativista produtor cultutral", implícita ou explicitamente, é a reconstrução da subjetividade negra – fragmentada no violento processo de transplante e encaixe nacional de nós: negros-africanos vivendo no Brasil.

Tenho dito que, “no afã de compreender e consertar o mundo, um jovem integrante do hip hop, por exemplo, é obrigado a se compreender e a se salvar primeiramente”.

A experiência do Hip Hop, vigorosamente presente e local, obriga o deslocamento do olhar do distante ou estranho para o próximo e ao lado. A “minha aldeia” passa a ser o centro do mundo e eu a razão da “minha vida”. Mas, ao mesmo tempo, esse mesmo jovem acessa o mundo inteiro da Lan House “da sua rua”, e tudo está ao seu alcance.

Nunca foi tão fácil ser “antropofágico”. Mas por opção, não por ignorância de si. Felizmente, os conceitos tradicionais de originalidade se diluem na era do youtube, do twiter e do sampler.

Permitam-me um poema pessoal, para retomar outro aspecto da dita cultura nacional e introduzir a minha terceira questão.

"havia lama na rua / de quando em quando / um corpo cadáver encalhado na vala / o espetáculo que a história oferece

restos e gestos do sim / alimentos recicláveis / bonecas sem pernas carros sem rodas / arqueólogo das sobras / as esmolas / o não

pretinho maltrapilho / com as manchas sujas da vida / sem saber nem por que / nas suturas das fraturas / cresci

eu na pilha / você na mira / não vê o que foi feito de mim

pena sangrenta / Gramática da Ira / meu rabisco mortal / vai foder tua lira"

(Gramática da Ira)

Na verdade, este meu poema quer falar do lado b das cidades, principalmente da minha cidade, a "terra da alegria" como diz o ditado estereotipado que nos determina tortuosamente. Mas meu lado b da cidade não está universalizado nem essencializado apenas pela miséria social. Meu lado b aparece também racializado. No caso específico de Salvador, tento desconstruir os mitos da alegria e da felicidade do “Sorria, você está na Bahia”.

Sabemos que, com as falácias da democracia racial e da ideologia do branqueamento, tentou-se apagar o conflito racial de nossa história.

Mas como diz aquele Chapolin Colorado: não contavam com nossa astúcia...

Não é?

Como bem demonstram Elza Soares, KL Jay e GOG: “somos duros na queda!”

Aqui chego à terceira “questão” deste texto: fica difícil para mim, negro ativista baiano, discutir cultura sem um certo sentimento de culpa, quando concidadãos conterrâneos meus, como a Vilma Reis, o Ricardo Andrade, o Liu Nzumbi e o Hamilton Borges Walê estão numa cruzada comovedora contra o extermínio da juventude negra da Bahia e do Brasil.

Que cultura esperar para nosso povo negro quando nossa principal luta ainda é para nos manter vivo? Ou melhor, não ser morto com a conivência do próprio estado que, quando não promove nosso extermínio, permite a matança do povo preto. Quando se luta cotidianamente contra a miséria, a fome, o analfabetismo, a discriminação e o racismo que parece aumentar a cada dia em nosso estado.

Aliás, aumentar não, tornar-se mais e mais visível. Isso acontece na medida que nos organizamos e mexemos em toda a merda dissimulada que convivemos desde sempre aqui neste nosso exílio chamado Brasil.

Mais do que propor estratégias e ações centradas e localizadas sobre a problemática das políticas culturais específicas e setorizadas ao povo negro brasileiro, minha proposição tem que ser central e transversal. Não se prender apenas aos ministérios, secretarias, setoriais ou qualquer outra pasta que tratam de uma “pseudo-cultura”, isolada e asséptica.

Nossa cultura tem que ser tratada como um caso de saúde pública, educação popular, economia solidária, saneamento básico e segurança coletiva. É preciso que o Estado brasileiro abandone essa vocação centenária de implantar e perpetuar, em seu próprio seio, a discriminação do povo preto e o extermínio da juventude negra.

Meu poema, antes de pleitear ser literatura, obra de arte para deleite e consumo - como querem as editoras comerciais - quer se alinhar à música do nigeriano Fela Kuti, buscando ser também minha arma contra a assimilação, contra a imposição de padrões etnocêntricos presentes no país desde seu longo e permanente processo de colonização.

A minha arte é, antes de tudo, um programa de lutas. Busco que sua verdade e vontade de beleza estejam diretamente ligadsa à sua necessidade bélica, ao seu engajamento social e à sua determinação da cor preta sem medo das retaliações das críticas especializadas da casa grande.

Fazer Belas Letras para mim representaria contaminar-me com os procedimentos artísticos hegemônicos e evasivos do colonizador estranho em detrimento de minha própria experiência acumulada, ainda que dolorosa, porém jamais cordial.

Seguir os delírios de equilíbrio e supremacia do "senhor" corresponderia a apagar magicamente as feridas históricas de meus antepassados que ainda tatuam dor no meu corpo. Reacendem minha revolta e não deixam que minha Ira seja dobrada pelas velhas pragas, agora ocultas nas miragens do Brasil atual.

É essa herança que procuro dramatizar nesse poema de "mau gosto". Ela é o amálgama de minha “Pena Sangrenta”; o sustentáculo de minha Gramática da Ira.

Minha quarta questão, que acredito ser o maior desafio de todo e qualquer intelectual, artista, produtor e ativista é: como fazer coabitar minha rebeldia e minha possível relação com o poder público, principalmente intermediada pelo dinheiro que, no fundo, é o único laço que nos pode aproximar?

No governo federal e em algumas administrações locais que se instalaram no Brasil da “abertura democrática”, temos assistido o alinhamento de militantes do movimento social negro com o poder central. A situação tem sido constrangedora para muitos, pois o que, na real, percebemos, é o engessamento de lideranças históricas e deslumbramento da juventude.

Como estar no poder e, ao mesmo tempo, contestá-lo é o problema que também o “movimento negro” enfrenta hoje.

E não têm sido confortáveis as experiências que conheço, pois as coalizões governamentais unem “lobos e cordeiros”, “escravos e feitores” em laços jamais imaginados em nosso idealismo essencial!

Tenho ventilado aos quatro cantos minha defesa de atitudes divergentes quando assim o contexto não apenas permite, mas exige.

Ao mesmo tempo, o Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia, que articulei e fundei há dez anos, e que atua efetivamente no cotidiano da cidade de Salvador, encontra-se exatamente nesta encruzilhada: arte, ativismo ou trabalho e renda? Instituir-se nos moldes tradicionais, ou não? Negociar e levar nossa experiência a muitos ou permanecer no espaço centrado das experiências radicais do underground? Também, culturalmente, habitamos o problema.

Na realidade, esses conflitos que a Blackitude vive refletem exatamente as contradições que representam nossas políticas culturais: uma negociação interessada sem lugar para a espontaneidade, a divergência e transgressão. Permanecem as eternas comissões oficiais que julgam o que vale, o que é e o que não é arte de interesse público; o que vale ou não o apoio oficial.

Os editais, de forma geral, me entediam, assim como as indicações dos governos e os tráficos de influência. Aliás, a Bahia é mestre nessas modalidades todas.

Sinto-me traído pelos editais que pedem para nós (artistas, ativistas e produtores orgânicos, que nos formamos no campo de batalha do cotidiano) que levantemos custos de sanitários químicos, ou então que preenchamos planilhas que são verdadeiras florestas de linhas, quadrados e números. Dizem, nos workshops oficiais, que bom projeto é sinônimo de projeto bem escrito; que um portifólio justificado fala mais alto que a própria arte; que reconhecimento público da atuação na vida na cultura da cidade não pesa nas decisões.

Como era antes não podia ficar, mas também não concordo com a simples inversão camuflada com o discurso enganoso da democratização, muito menos do paternalismo.

Outro dia, ouvindo o Irmão Edson Cardoso debater sobre “violência” em Salvador, no "Encontro Popular pela Vida e por uma Nova Segurança Pública", fortaleci minha convicção de que a necessidade de uma sistematização do discurso acerca do enfrentamento é tão óbvia que não percebemos.

Ele mostrou objetivamente que não se pode enfrentar a violência sem compreendê-la histórica e culturalmente; sem abordar sua origem, sua dinâmica, seus elementos de permissividade e complacência, sua lógica operacional, sua concretude (a face visível) e sua dissimulação...

Entendi assim o que dizia o Irmão: o simples enfrentamento entre a justiça e a infração, a polícia e o delinqüente, gera sempre um circulo vicioso de agressão e respectiva vingança contínua e vice-versa. Também a atitude pontual e destemida dos militantes mais diretamente envolvidos nessa frente pode resultar inócua se não se enfrenta as raízes e os alicerces do problema. Ou então podem se tornar, potencialmente, vítimas de vingança ou silenciamento.

Nesse sentido, de minha parte, concluo que não temos um pensamento efetivo e profundo sobre a questão da violência, principalmente aquelas toleradas e até mesmo respaldadas pelo imaginário social e endossadas pela opinião pública; praticadas pelas instituições e legitimadas por políticas arbitrárias.

Enfim, aceito, mais do que nunca, a lógica que, para enfrentarmos estruturalmente a violência, precisamos compreender os mecanismos que engendram e perpetuam nossa "cultura da violência", principalmente sobre as minorias fora do poder. Na verdade, precisamos aprender a desarmar estas minas, armadilhas enrustidas que nos mutilam cotidianamente!

Quero adaptar aqui essa reflexão importantíssima do Edson Cardoso, para chamar a atenção de todos, embora pareça dispensável a esta altura da história, para o fato de que precisamos sistematizar nosso discurso sobre os possíveis conceitos e materializações que podem dar conta do que é e como se articula a tal cultura nacional. Na verdade, culturas - no plural.

A partir daí, sim, questionar as práticas convencionais tradicionais, pensar em como estabelecer políticas que não entravem nem supervalorizem seus processos.

Nessa discussão me parece igualmente incontestável o fato de se pensar ser tão óbvia a cultura negra do país que se promove seu apagamento objetivo. Por isso não temos concebido políticas coletivas efetivas, a não ser quando confundidas com arte ou evento, ou então fruto de algum protecionismo qualquer.

Também aqui, o discurso da cultura deve converger com o da história, apontando-nos a urgência de se questionar sua origem, sua dinâmica e sua lógica operacional.

Para nós, negros intelectuais, artistas e ativistas, por exemplo, pensar e tratar a cultura no bojo de nossa realidade é mais que política, esteticismo ou academismo: é uma questão de sobrevivência, concreta e simbolicamente falando.

Preservação Física e Espiritual.

Axé!

8 de fev. de 2010

Mulheres ocupam TV no 08 de março



Na tarde do dia 08 de março várias mulheres ocuparão a TV Comunitária do DF. O convite partiu direção da tv. Profissionais de diversas áreas, donas de casa, jornalistas, artistas, produtoras, ativistas e muitas outras companheiras vão colorir e aprofundar diversos temas no Dia Internacional da Mulher.

Produção e entrevistas ficarão por conta da Griô Produções, que já apresenta às sextas-feiras o programa Latinidades, dedicado à cadeia produtiva da cultura independente.

Como a Griô é uma produtora formada por mulheres, o convite da direção da TV foi aceito de imediato. O resultado você poderá conferir no dia 08 de março, das 14h às 18h, no canal 8 da net ou no site WWW.tvcomunitariadodf.com.br

Interessadas em participar podem enviar e-mail para grioproducoes@gmail.com

26 de jan. de 2010

"A história dos pretos do mundo inteiro é igual a minha"

A Griô Produções, em reverência à herança ancestral africana e à resistência negra, solidariza-se com o povo do Haiti. Sentimos de maneira muito forte e sincera os efeitos da construção histórica do pensamento racista no mundo todo, que se refletiu(ete) na escravidão e no massacre diário de corpos negros subjetiva e objetivamente.

É disso principalmente que se trata a questão do Haiti. É preciso falar mais do que o que se tem dito sobre esse país que, quando a gente liga a TV, a mensagem é de que ele já nasceu destinado à miséria; que parece não ter história e que precisa de defensores estrangeiros para levar-lhe paz, democracia e civilização; que toda “ajuda” destinada a ele é pura generosidade internacional, piedade global destinada ao país preto, sinônimo de pobre. Muitas e muitos ignoram a história de resistência, da grande e verdadeira revolução negra desencadeada por heróis como Toussant Louverture.

Nós, mulheres negras, produtoras e militantes da Griô Produções, também carregamos parte da dor de todas aquelas pessoas negras que antes e depois do terremoto estão sendo massacradas física, espiritual e psicologicamente, vítimas seculares do racismo e do imperialismo.

Haiti é resistência. “Haiti, em ti eu vi inspiração pra lutar. Posso me espelhar na resistência dos negros africanos de tempos atrás”. Hoje aqui deixamos uma homenagem através da letra do Coletivo Cultural Aquilombando.



Haiti
Pra todo o povo negro que ta na linha de frente / mantenham a corrente / mantenham a corrente / Aos irmão e irmãs africanos em outro continente / mantenham a corrente / mantenham a corrente / Pras favelas, morros, guetos e quilombos da gente / mantenham a corrente / mantenham a corrente / Pros que cantam, dançam ou lutam de modo diferente / mantenham a corrente / mantenham a corrente /

Haiti, em ti eu vi a inspiração pra lutar / posso me espelhar na resistência dos negros africanos de tempos atrás / dos ancestrais e orixás / que nos ensinam, protegem e nos guiarão a vitória / filhos da diáspora com semelhante história dos pretos daqui / Haiti, em ti eu vi a trajetória do nosso povo guerreiro / do seqüestro ao cativeiro / o griot verdadeiro / que conta a resistência dos quilombos do mundo inteiro / Haiti, terra de Toussant Louverture, ex- escravo / bravo líder da revolução / que não aceitou os grilhões da escravidão / a desumanização do irmão nunca foi opção / mas imposição / dos putos que ainda nos mantêm presos / invadem nossas terras e saem ilesos / quem confia nos Urutus brancos, blindados em missão de paz ? / balançar a rede em um único jogo não satisfaz / a fome por igualitê e liberte / é perceber a panafricanidade / que a necessidade por liberdade nunca termine / pois em Lasaline, Brooklin ou na Rocinha / a história dos pretos do mundo inteiro é igual a minha /

Letra: Pavão e Mullumba Tráfica
Música: Higo Melo
Voz: Pavão, Mullumba Trafica e Higo Melo

 

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